Tecido ósseo

05/09/2012 16:28

(Camada externa do tecido ósseo (osso compacto)).

O sistema ou tecido ósseo é um tecido conjuntivo bem rígido, encontrado nos ossos do esqueleto das vertebradas, onde ele é o tecido mais abundante. Suas funções principais são: sustentar o corpo; permitir a realização de movimentos; proteger certos órgãos e realizar a produção de elementos celulares do sangue, além de ser calcificado.

As diferentes células envolvidas e dois componentes da matriz mesenquimal óssea, que obrigatoriamente devem ser avaliados simultâneas em seus dois compartimentos o protéico e inorgânico, tornando necessária e fundamental uma breve revisão do papel do tecido mesenquimatoso durante todo o desenvolvimento embrionário.

As células mesenquimatosas indiferenciadas além da capacidade de se mover através dos tecidos, têm o potencial de se dividir rapidamente e se diferenciar em células especializadas do tecido músculo esquelético; como exemplo, em células de cartilagem, osso, tecidos fibrosos densos e músculos. Inúmeros fatores sistêmicos relacionados como a nutrição, com o equilíbrio hormonal ou ainda combinados com outros fatores locais (oxigênio, citocinas, nutrientes e etc), influenciam a proliferação e a diferenciação das células mesenquimatosas.

Os fatores locais e sistêmicos interagem com o potencial genômico das células-tronco indiferenciadas para determinar a sua progressão até as células altamente diferenciadas, como os condrócitos e osteócitos. As células mesenquimatosas indiferenciadas dão origem a vários tipos de células e o processo de diferenciação depende dos estímulos oriundos do meio. Assim, as células mesenquimatosas podem assumir várias formas dentre os quais destacam-se: eritrócito, leucócito, macrófago, adipócito, célula muscular lisa, condrócito, fibroblastos, osteoblasto que por sua vez origina o osteócito.

É importante realçar que o osso, in natura, possui uma matriz protéica que perfaz respectivamente 70% do volume e 30% do peso do osso; enquanto que a matriz inorgânica, que é formada principalmente pelo fosfato de cálcio, corresponde apenas a 35% do volume e 60% do peso do osso. Os complementos restantes são devidos a outros elementos e principalmente a água. É conceito primário da física dos materiais que a estrutura de subsistência de qualquer substância, produto, objeto ou do corpo humano é a responsável pela sua resistência e sustentação. Logo, até pelo simples conhecimento da física básica, é possível entender de forma direta e simples, a razão do colágeno ósseo, estrutura de sustentação de vários tecidos humanos, inclusive do osso, estabelecer relação direta entre sua deterioração e o risco de fratura.

Sendo o tecido ósseo altamente vascularizado, todo o esqueleto recebe a cada minuto 10% de todo o débito cardíaco, revelando a importância de uma eficaz perfusão sanguínea óssea, para oferecer nutrientes básicos essenciais para a adequada síntese de colágeno.

Apesar de ser o mais importante componente da matriz mesenquimal óssea, outras proteínas participam do processo de iniciação da mineralização óssea, que corresponde a ligação do componente mineral à matriz protéica. Na fase inicial ocorre um contato íntimo, estreito, da hidroxiapatita com as fibrilas do colágeno, se situando em locais específicos que são denominados de “buracos “ que existem entre as fibrilas que compõem a tri hélice do colágeno. Essa disposição arquitetural sobre a matriz protéica básica resulta em um produto bilamelar, que é responsável pelas propriedades mecânicas do osso, sendo portanto capaz de resistir a todo tipo de estresse mecânico.

Por sua vez, o colágeno propicia a todos os tipos de tecidos conjuntivos a sua forma básica e no tecido ósseo é o principal responsável pela resistência tênsil (resistência à fratura). No entanto, os tipos, as concentrações e a organização do colágeno são variáveis em cada tecido. O colágeno tipo I forma as fibrilas de feixes transversais que podem ser observados na microscopia eletrônica em todos os tecidos conjuntivos.

Tipos de células ósseas

Os tipos Celulares do Osso são:

Osteoblastos

Células jovens com intensa atividade metabólica e responsáveis pela produção da parte orgânica da matriz. São cúbicas ou cilíndricas e são encontradas na superfície do osso periósteo (membrana fina que reveste o osso). Fazem a regeneração óssea após fraturas.

Os osteoblastos existem também no Endosteo (membrana de tecido conjuntivo que reveste o canal medular da Diáfise e as cavidades menores do osso esponjoso e compacto).Os osteoclastos e células progenitoras osteocondrais podem também ser encontradas no Endósteo.

Osteócitos

Durante a formação óssea, à medida que se dá a calcificação da matriz óssea, os osteoblastos acabam ficando em lacunas chamadas osteplastos, ou simplesmente Lacunas, diminuem sua atividade metabólica e passam a ser osteócitos, células adultas que atuam na manutenção dos componentes (nem todos)químicos da matriz. Nas regiões ocupadas pelas ramificações dos osteoblastos formam-se os canais e canalículos, que permitem uma comunicação entre os osteócitos e os vasos sanguíneos que os alimentam.Os osteócitos são protegidos pela osteona que os reveste.

Osteoclastos

Células grandes com diversos núcleos (multinucleadas ou polinucleadas), originadas da fusão de células ósseas(sincício) responsáveis pela a reabsorção da matriz e pela degradação do tecido ósseo devido a condições fisiológicas e/ou patológicas através da produção de ácido, colagenase e outras enzimas que podem fixar ou liberar o Ca2+ do osso. Originam-se pela fusão de células mononucleares da medula óssea, sendo porém observadas somente nas superfícies ósseas.

Tipos de substância óssea

Pode-se dividir a substancia óssea em dois tipos: esponjoso ou reticulado e compacto ou denso. Tais tipos apresentam o mesmo tipo de célula e de substância intracelular, mudando apenas entre si a disposição de seus elementos e a quantidade de espaços medulares. A substancia óssea esponjosa e o compacta aparecem juntos na grande maioria dos ossos dos vertebrados.

Estrutura de um osso longo

Substancia óssea esponjosa

Apresenta espaços medulares mais amplos, sendo formado por várias trabéculas, que dão um aspecto poroso ao tecido.

O osso esponjoso é o de menor peso, tem forma de grade, com espaços ósseos nos que se encontra a medula óssea. Existe a medula óssea vermelha, da qual produz grande quantidade de células do sangue e a medula óssea amarela que diminui a quantidade de células no sangue. Ao avançar da idade, nós perdemos medula óssea vermelha, e esta se transforma em amarela. Geralmente, o osso esponjoso localiza-se na parte interna da diáfise ou corpo dos ossos e nas extremidades ou epífise. O osso está revestido pelo periósteo que é uma membrana com uma particularidade fibrosa que se cola com firmeza a ele. Na sua face interna possui os osteoblastos que participam do crescimento e da restauração do osso. É vascularizada e essa é uma caraterística muito importante, posto que através de seus vasos sangüíneos chegam substâncias nutrícias às células ósseas.

Substancia ossea compacta

Apresenta pouquíssimo espaço medular, possuindo, no entanto, um conjunto de canais que são percorridos por nervos e vasos sangüíneos: canais de Volkmann e canais de Havers. Por serem uma estrutura inervada e irrigada, os ossos têm sensibilidade, alto metabolismo e capacidade de regeneração.

Canais de Volkmann

Os canais de Volkmann começam na superfície externa ou interna do osso, possuindo uma trajetória perpendicular em relação ao eixo maior do osso. Esses canais se comunicam com os canais de Havers. Os canais de Volkmann não apresentam lamelas concêntricas. e também são pegajosas essas concêntricas

Canais de Havers

O Canais de Havers percorrem o osso longitudinalmente e podem intercomunicar-se por projeções laterais. Ao redor de cada canal de Havers existem, em cortes transversais, várias lamelas concêntricas de substância intercelular e de células ósseas. Cada conjunto deste, formado pelo canal central de Havers e por lamelas concêntricas, é chamado de Sistema de Havers ou Sistema haversiano. Esses canais podem apresentar substancias que produzem braços e pernas

Outra classificação dos ossos

Primário (imaturo)

Se forma primeiro no embrião e durante a regeneração, tem pouco cálcio e muitas células e fibras colágenas alocadas caoticamente. É osso esponjoso visto a olho nú. No adulto é muito pouco encontrado, persistindo apenas próximos às suturas do crânio, nos alvéolos dentários e em alguns pontos de inserção dos tendões.

Secundário (lamelar)

Tecido maduro formado de lamelas paralelas ou concêntricas, em torno dos vasos formando os sistemas de Havers ou Osteons. Possui cálcio e o arranjo lamelar ajuda a distribuir a força pelo osso. É o osso compacto visto a olho nú.

https://cms.loucosporbiologia.webnode.com/